A
idade bate em todo mundo. Para o homem, o sinal amarelo se dá, na maioria das
vezes, na hora tirar água do joelho. Os alarmes soam quando aquele 1º jato de
urina custa a sair. Se o homem é jovem, não liga tanto. O homem que envelhece
logo pensa: “será a próstata?”. Mas o mal presságio passa. Ele,
finalmente, urina! No entanto, outro sinal alarmante: sem querer, naquele
momento de urológica epifania, eis que o esfíncter do homem se distrai e deixa sair aquele peidinho. A princípio, relaxa. Mas, depois, isso se torna um problema. A
cada vez que vai ao banheiro fazer o número 1: lá está o peidinho. Às vezes,
dois. Três. Mesmo quatro. A coisa já escapou do controle. Com o tempo, o homem
que envelhece não consegue mais mijar com alguém por perto. Embora muito
apertado, espera que todos saiam do banheiro porque, infelizmente, tornou-se o
escravo. De quem? Do peidin'. Em casa, o problema se torna maior. Os gases intestinais
que se expressam na vida comum de um casal são toleráveis à medida do
possível. Mas nem sempre quem está ao seu lado tem intimidade para levar tudo numa boa. A equação atinge, aqui, sua maior
complexidade. O homem, no meio da
noite, sem saber o que fazer, quase explodindo da bexiga - o que significa que
maior será o barulho do rabo treleando -, desesperado, não vê alternativa a não
ser mijar sentado e peidar em abafadas prestações. Eis o retrato do homem que envelhece! A idade não bate na gente. Ela
simplesmente nos vai empurrando e, o que bate, são os tropeços que damos enquanto
somos, por assim dizer, conduzidos gentilmente para o outro lado. O tempo nos coloca em
cada lugar e em cada situação, vou te contar! Você, querido, homem, fique atento para estes sinais. Não fique com medo. No banheiro, querendo ou não, acabamos nos confessando.
"Pequena morte (Petite Mort), chamam em França, a culminação do abraço que, ao quebrar-nos faz por juntar-nos, perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce." Eduardo Galeano