sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Crônica do homem que envelhece


         A idade bate em todo mundo. Para o homem, o sinal amarelo se dá, na maioria das vezes, na hora tirar água do joelho. Os alarmes soam quando aquele 1º jato de urina custa a sair. Se o homem é jovem, não liga tanto. O homem que envelhece logo pensa: “será a próstata?”. Mas o mal presságio passa. Ele, finalmente, urina! No entanto, outro sinal alarmante: sem querer, naquele momento de urológica epifania, eis que o esfíncter do homem se distrai e deixa sair aquele peidinho. A princípio, relaxa. Mas, depois, isso se torna um problema. A cada vez que vai ao banheiro fazer o número 1: lá está o peidinho. Às vezes, dois. Três. Mesmo quatro. A coisa já escapou do controle. Com o tempo, o homem que envelhece não consegue mais mijar com alguém por perto. Embora muito apertado, espera que todos saiam do banheiro porque, infelizmente, tornou-se o escravo. De quem? Do peidin'. Em casa, o problema se torna maior. Os gases intestinais que se expressam na vida comum de um casal são toleráveis à medida do possível. Mas nem sempre quem está ao seu lado tem intimidade para levar tudo numa boa. A equação atinge, aqui, sua maior complexidade. O homem, no meio da noite, sem saber o que fazer, quase explodindo da bexiga - o que significa que maior será o barulho do rabo treleando -, desesperado, não vê alternativa a não ser mijar sentado e peidar em abafadas prestações. Eis o retrato do homem que envelhece! A idade não bate na gente. Ela simplesmente nos vai empurrando e, o que bate, são os tropeços que damos enquanto somos, por assim dizer, conduzidos gentilmente para o outro lado. O tempo nos coloca em cada lugar e em cada situação, vou te contar! Você, querido, homem, fique atento para estes sinais. Não fique com medo. No banheiro, querendo ou não, acabamos nos confessando. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário